Artigo Web

Psicólogas(os) clínicas(os), no atendimento a mães/pais separados, devem incentivar o litígio?

Quando trabalho como assistente técnica judicial em processos de regulamentação de guarda de filhos, é comum que eu pergunte ao genitor contratante se está fazendo psicoterapia/análise, pois, por vezes, noto grande sofrimento e questões emocionais não resolvidas entre o ex-casal.

Contudo, em certa ocasião, após confirmar que estava em psicoterapia, um genitor mencionou falas de sua/seu psicóloga(o) que deixavam ver certo senso comum na apreensão da problemática apresentada por ele. Além disso, em minha percepção, a(o) profissional incentivava uma postura bélica em seu cliente/paciente contra o outro genitor na Justiça, o que contribuiria para gerar ainda mais sofrimento nos envolvidos.

Certamente, essa não deve ser a postura das(os) profissionais no âmbito da Psicologia Clínica. Em um diálogo interdisciplinar com a Psicologia Social Jurídica, devemos considerar o fato de que a família que litiga na Justiça vivencia um momento de crise, marcado por intensos conflitos relacionais, questões de gênero, patrimoniais, dentre outras.

Por isso, é fundamental que a(o) psicóloga(o) clínica(o) se capacite para abordar questões que estão na interface Psicologia e Justiça. Ou ainda, que indique a seu cliente buscar orientação com profissionais qualificados no âmbito da Psicologia Social Jurídica ou do Direito de Família para tratar de questões pertinentes a cada uma dessas áreas.

outros artigos relacionados