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Ele não permitiu que eu falasse com meu filho nas férias!

Não é raro ouvir em entrevistas com mães separadas que, durante as férias do filho com o pai, este não atendeu as suas ligações ou mal respondeu as mensagens que enviou para saber se a criança estava bem ou desejar “boa noite” a ela.

Nessas situações, há diversos aspectos que podem ser trabalhados, seja no âmbito da clínica individual, seja no trabalho como assistente técnica em psicologia (feito de forma breve e focal), por exemplo: as preocupações e inseguranças da mãe; o afastamento em relação ao filho; a falta de confiança nos cuidados paternos (ou de outras pessoas do núcleo paterno); um possível uso da criança em retaliação à mãe; o sofrimento da criança diante da total interrupção na comunicação com a mãe.

Além disso, é fundamental se trabalhar, especialmente na clínica, o sentimento de posse (comumente confundida com proteção) que ambos genitores nutrem em relação à criança, o que faz com que por vezes não reconheçam o outro como parte importante da vida dela. E mais, não a percebam como sujeito.

Sim, tudo isso fica ainda mais complicado quando existem conflitos, mágoas e ressentimentos entre os genitores. O nosso trabalho nessas situações, por meio de uma escuta acolhedora (sem julgamentos) e da intervenção, baseada em conhecimentos no âmbito da clínica e jurídica é, dentre outros aspectos, auxiliar no reconhecimento do lugar que os personagens dessa triangulação ocupam na realidade e na fantasia de cada um deles.

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