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“Ele mostra uma vontade de ser pai que nunca existiu”

No contexto das disputas de guarda, causa espanto e até mesmo indignação em muitas mães o que julgam ser uma mudança repentina ou inesperada no comportamento do ex-parceiro quanto ao(s) filho(s). Não haveria, assim, uma continuidade entre a paternidade observada pelas mães no pré e pós-divórcio.


Essas observações vão ao encontro dos achados de pesquisas sobre o tema divórcio e guarda filhos que demonstram a ausência de padrão de respostas quanto às relações parentais no pós-divórcio, tendo em vista que podem ser influenciadas por diferentes fatores.


Na escuta de vivências particulares no contexto do pós-divórcio, notamos também que, por vezes, elas se refletem em discursos correntes no campo social, os quais tendem a buscar por explicações sobre a paternidade no pós-divórcio que privilegiam aspectos individuais psicológicos e/ou conjugais, ou seja, são comuns falas como: “ele só quer me perturbar”, “ele está fazendo isso para infernizar”, “ele quer pegar a criança na hora que ele quer”, “ele não cuida do filho, quem cuida é avó”, “ele me persegue”, “ele não aceitou a separação”.


Diante dessas e outras questões, é fundamental indagarmos: em todas as situações de disputa de guarda, não haveria homens-pais genuinamente interessados do exercício da paternidade? Os chamados “novos pais” seriam apenas um modismo inventado por propagandas? Os pais que desejam compartilhar os cuidados dos filhos são criação do discurso jurídico que privilegia (ou impõe) a guarda compartilhada?


Certamente, são muitos os questionamentos! Assim, na tentativa de contribuir para a ampliação dos debates sobre a paternidade no contexto do divórcio, faremos novos artigos web.

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